quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


Eu observo muita variedade etária no BDSM, e acho isso muito, muito bom, sobretudo por estarmos falando de um meio onde o erotismo anda de mãos dadas com uma responsabilidade indispensável...


O condicionamento social, o que existe no imaginário coletivo, ainda que de uma maneira tácita, é que a sexualidade tem um prazo de validade para ser explorada, e que, na outra ponta, pessoas muito jovens não têm juízo nem dircenimento. Ora bolas... aos 60 podemos ser sensuais e ao 20 podemos saber do que gostamos... ou não...mas certamente não é a idade quem decide, e sim, nossa alma, nossa história, nosso aprendizado e, mais do que tudo, nossa vontade.



Estando todos muito bem resolvidos também é preciso desmistificar a própria disputa entre as idades. A experiência tem a acrescentar à novidade tanto quanto a novidade tem a acrescentar à experiência. Ninguém precisa gabar-se do que tem de sobra para sobressair. Acho esse tipo de defesa um ataque muito maudoso: não se tem a mesma idade por mais de 1 ano, é uma fato. E ao invés de nos agarramos ao medo absurdo da gravidade ou ao orgulho soberbo do que se aprendeu, deveríamos encontrar mais e mais formas de dar e receber mais prazer, deveríamos escoher nossos amigos não pelas afinidades óbvias das gerações, mas pelo que se pode trocar com essa pessoa.


Mas, de qualquer forma, fico muito feliz com a capacidade de agumas pessoas, que se descobrem "jovenzinhas" e se redescobrem "avós", principalmente no quesito sexo e/ou erotismo. A quebra dos tabus é uma atividade importante e contínua... começa nos coeiros e se estende pra sempre. Condicionar sua idade (ou pior ainda, a do outro) à papeis sociais ridiculamente pré-estabelecidos é uma vergonha e um desperdício. Não ter vergonha do seu corpo é a coisa mais linda que podemos fazer por nós mesmos, e o que se descobre é fantástico... sempre há o que ser descoberto... sempre.


É isso que eu acho. Sobretudo por ser mulher e por mulheres serem as campeãs na corrida com obstáculos na categoria "tabu" e "idade". Tenho cá meus medos e desesperos mas uma vontade imensa de ultrapassa-los também... Afinal de contas a liberdade tem muitas faces.


sábado, 12 de janeiro de 2008



"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."


clarice lispector

domingo, 6 de janeiro de 2008

Sobre cordas e pulos.




As vezes eu penso que a brincadeira de pular cordas é o teste primeiro para as coisas da vida... A sabedoria da vida resume-se em:


1 - ter folêgo para sempre pular;


2 - manter-se atenta, porque a mesma corda não parece a mesma, a cada giro que dá;


3 - entender de altura;


4 - saber quando o tombo é inevitalvel e, ao invés de desesperar-se com isso, encontrar a melhor forma de cair.




Eventualmente é preciso saber passar a vez também.




É nisso que eu penso às vezes.