Existem diversas mortes e não apenas seres e plantas morrem. Os budistas comparam a vida à um rio que você não pode simplesmente comtemplar: a vida é um rio dentro do quel você está e alguns usam o verbo "viver" unido ao "morrer" - viver/morrendo, pra ilustrar essas mortes cotidianas que temos todos.
Bom. Quando uma relação, um amor, uma amizade ou um ódio morrem, morrem com ele qualquer coisa de quem o sentia - para o próprio e para o Outro. Mas não tudo. Quando deixamos de ser amados, de certa forma morremos para quem antes nos amava. Isso pode se dar de forma negativa - quando morre nossa presença, nossa importância e nosso calor-, ou de forma positiva, quando simplesmente deixamos de existir da forma como existíamos e pssamos a viver e participar em outros planos.
O Mundo dos Mortos não é tão triste assim...
Quando Mumtaz Mahal faleceu dando à luz ao seu 14° filho, seu marido, o imperador Shah Jahan construiu em sua homenagem o Taj Mahal. É um mausoléu para o amor da sua vida, mas também uma prova suprema desse amor.
Com o Taj Mahal Mumtaz Mahal foi eternizada... A princesa não morre na sua morte física e tampouco morre o amor de Shah Jahan com a impossibilidade de tocar, beijar e abraçar sua esposa. Eles se transformam... os amores e os seres amados.
O Taj Mahal representa pra mim - porque assim o quero ver - o simbolo supremo de que os amores continuam existindo depois das tranformações. O Grande Homem constrói para sua princesa morta e transformada um palácio, o mais lindo de todos, para guardá-la, protege-la, honra-la. E a princesa morta e transformada, por sua vez, não assombra o Grande Homem com a vida passada - ela embeleza a vida que segue para Ele.
Evidentemente a dor dos amores mortos nos remete, num primeiro momento, à morte de todos os sonhos dos amantes. É preciso, nessa hora, ser grata ao mundo pelos sonhos já vividos e entender, por mais que doa, que o melhor que podemos fazer é contruir nossos palácios em honra à esses amores. Palácios lindos, que protegem e eternizam. Palácios que honram. Palácios que tentem alcançar a beleza do que foi vivido, para que o mundo saiba que as transformações, as mortes e as perdas deixam algo de bom: a lembrança.
O Taj Mahal está lá, acima de tudo, para os descrentes... para que vejam todos, toquem todos, uma centelha de amor em forma de mármore.
E eu, que também acebei "morrendo" de tanto amor, aproveito para agradecer pelo palácio em que descanso: cá, no outro plano em que caminho, onde já não posso mais tocar, beija e abraçar, sinto que nada foi em vão e que a beleza das coisas ecoa para sempre, basta que sejam verdade.
Na minha transformação eu descanso sob a mão que me protege, me apoia, me socorre no desespero e afasta o que pode me causar mal... sem contar que a vista pe linda, rs.
Obrigada, Grande Amor... obrigada por tudo.
3 comentários:
Puxa...que lindo. Muito obrigado, natasha.
De minha parte e dado os recursos do reino eu prometo erguer um Taj-Marrinho em numa cidadezinha famosa de minas.
Dom pobre é uma merda.
Mas seria com o mesmo amor e respeito. Só que mais pobrinho.
Um beijo.
Ah, mas não há a menor necessidade, Sr... Estou muito bem acomodada nos Teus aposentos interiores, rs.
Um beijo.
natasha amadíssima!
depois dê um pulo em meu blog, para ler as regras do selo que acabaste de ganhar...
Selo Literatura é ARTE!
você tem o dom das palavras!
Beijos carinhosos,
rianah de Lestat
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